Por Mauricio Angelo
As pessoas passam boa parte da vida procurando uma fórmula. Pra tudo. Pra emagrecer, para ganhar dinheiro, para ser feliz, para conseguir um parceiro, etc. Todo este frisson por um motivo principal: preguiça. Acomodação. Buscam o que é “fácil”. O mais rápido.
Má notícia: não existe fórmula para nada na vida. E o mais provável é que você terá alguns momentos bons e muitas fases péssimas. Vai comer muito pão velho e duro antes de chegar no croissant quentinho. A não ser que você tenha nascido rico. Mas isto não vem ao caso. É extremo. Como se sabe, o valor de qualquer análise é na média. Os extremos desequilibram. Enganam. Confundem. Não servem. Não são amostragens necessárias. Ao mesmo tempo que, em alguns casos, produzem as características mais interessantes.Em suma, não existe nenhuma receita que, seguida, dá resultado. Até na cozinha. Você pode seguir certa receita e dar certo. Mas, confie em mim. Fica muito melhor se você arriscar e experimentar por conta própria.
Qualquer dieta mirabolante funciona. É óbvio. Mas o infeliz não vai conseguir mantê-la pelo resto da vida. Ou seja. O único caminho razoável é alimentação balanceada e exercícios físicos. Pra sempre.
Pra ter sucesso nos negócios não adianta ler dezenas de livros enganosos, que prometem o céu e um pouco mais. Não tá fácil pra ninguém, amigo. E nunca esteve.
No amor, sem comentários. Há “n” toques comuns a todos e situações parecidas que, compreendidas, podem evitar transtornos e facilitar o caminho? Sim. Mas esta é só uma parte da história.
Com esse papo de que “não existe fórmula” eu não quero dizer o mundo é anárquico e imprevisível. Pelo contrário. O universo é de uma previsibilidade assustadora. Nós somos tão criativos quanto entediantes. E até acho que a maioria das reações e pensamentos são ridicularmente antecipáveis. Teoria comprovada.
Pode soar arrogante. Mas, sempre que escrevo um texto, é inevitável pensar quais os argumentos – geralmente imbecis – mais prováveis que as pessoas podem falar contra. E olha que, fazendo as contas pelos dados dos meus sites e tendo só uma leve noção do que já escrevi e não tenho como contabilizar, dá mais de 1.000 textos. Apenas nestes últimos 8 anos de escrita profissional, digamos. Antes disso não vale. Tenho lá alguma experiência. E um pouquinho de propriedade pra falar.
A busca pela receita é, ao mesmo tempo, a covardia. A negação em ter a ousadia de viver. “Ser é ousar ser”. Isto é Hermann Hesse. Um escritor em que o adjetivo “genial” não soa exagerado. Hesse foi um companheiro. Foi e é. Não li tudo dele. Mas boa parte. Significa tanto pra mim que a simples lembrança da passagem completa citada acima serve perfeitamente para encerrar este texto.
Hesse é como Rubem Braga. Lê-los e não se emocionar (e tornar-se um ser humano melhor) é no mínimo preocupante. Faça a experiência. Não estou querendo subestimá-lo, mas aposto que você não está fazendo nada mais importante.
Porque…como ensinou o mestre alemão, um dos meus pais (e esta é a melhor “fórmula”que eu posso te dar):
“Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser.”
Brasília, 24 de abril de 2009.
Má notícia: não existe fórmula para nada na vida. E o mais provável é que você terá alguns momentos bons e muitas fases péssimas. Vai comer muito pão velho e duro antes de chegar no croissant quentinho. A não ser que você tenha nascido rico. Mas isto não vem ao caso. É extremo. Como se sabe, o valor de qualquer análise é na média. Os extremos desequilibram. Enganam. Confundem. Não servem. Não são amostragens necessárias. Ao mesmo tempo que, em alguns casos, produzem as características mais interessantes.Em suma, não existe nenhuma receita que, seguida, dá resultado. Até na cozinha. Você pode seguir certa receita e dar certo. Mas, confie em mim. Fica muito melhor se você arriscar e experimentar por conta própria.
Qualquer dieta mirabolante funciona. É óbvio. Mas o infeliz não vai conseguir mantê-la pelo resto da vida. Ou seja. O único caminho razoável é alimentação balanceada e exercícios físicos. Pra sempre.
Pra ter sucesso nos negócios não adianta ler dezenas de livros enganosos, que prometem o céu e um pouco mais. Não tá fácil pra ninguém, amigo. E nunca esteve.
No amor, sem comentários. Há “n” toques comuns a todos e situações parecidas que, compreendidas, podem evitar transtornos e facilitar o caminho? Sim. Mas esta é só uma parte da história.
Com esse papo de que “não existe fórmula” eu não quero dizer o mundo é anárquico e imprevisível. Pelo contrário. O universo é de uma previsibilidade assustadora. Nós somos tão criativos quanto entediantes. E até acho que a maioria das reações e pensamentos são ridicularmente antecipáveis. Teoria comprovada.
Pode soar arrogante. Mas, sempre que escrevo um texto, é inevitável pensar quais os argumentos – geralmente imbecis – mais prováveis que as pessoas podem falar contra. E olha que, fazendo as contas pelos dados dos meus sites e tendo só uma leve noção do que já escrevi e não tenho como contabilizar, dá mais de 1.000 textos. Apenas nestes últimos 8 anos de escrita profissional, digamos. Antes disso não vale. Tenho lá alguma experiência. E um pouquinho de propriedade pra falar.
A busca pela receita é, ao mesmo tempo, a covardia. A negação em ter a ousadia de viver. “Ser é ousar ser”. Isto é Hermann Hesse. Um escritor em que o adjetivo “genial” não soa exagerado. Hesse foi um companheiro. Foi e é. Não li tudo dele. Mas boa parte. Significa tanto pra mim que a simples lembrança da passagem completa citada acima serve perfeitamente para encerrar este texto.
Hesse é como Rubem Braga. Lê-los e não se emocionar (e tornar-se um ser humano melhor) é no mínimo preocupante. Faça a experiência. Não estou querendo subestimá-lo, mas aposto que você não está fazendo nada mais importante.
Porque…como ensinou o mestre alemão, um dos meus pais (e esta é a melhor “fórmula”que eu posso te dar):
“Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser.”
Brasília, 24 de abril de 2009.
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